quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
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Não é algo que se possa visitar, ver ou tocar, mas é indiscutivelmente a mais duradoura influência árabe na Península Ibérica e em Sintra. Desde termos ligados à economia, sobretudo à actividade agrícola, a topónimos e antropónimos, os muçulmanos enriquecerem e marcaram a língua portuguesa com centenas de vocábulos que utilizamos todos os dias. A toponímia de Sintra é um exemplo desse encontro de culturas que durante quase cinco séculos marcou a história da Península.
Os linguistas consideram existirem três classe de topónimos árabes que de diferentes modos entraram na Língua Portuguesa. Assim, para Sintra temos:
Topónimos de origem árabe (aqueles que possuem raiz árabe e que permaneceram com pequenas alterações desse radical):
Albarraque (Albarrak = "o brilhante" ou, para outros autores al-barraque, plural de al-barca = "solo duro");
Alcainça (al-kaniça = "a igreja");
Alcoruim ou Alcorvim (al-cairuáne = "o caimão");
Alfaquiques (alfaqueques, cargo muçulmano que designava o indivíduo que resgatava prisioneiros );
Alfouvar ( al-fauwara = "o bolhão");
Algueirão (al-guerame = "a gruta");
Almargem ( al-marge = "o prado");
Arrabalde (arabáde = "os subúrbios" );
Assafora (assahra = "Campina")
Azenha (aççania, isto é, "a nora");
Azoia (az-zavia = "o mosteiro");
Cacém (cacéme = "o que divide" );
Moçaravia (muçtarabe = "aquele que se tornou árabe");
Queluz ( qá-luz = "vale da amendoeira");
Mucifal ( maçfal = "o lugar que está em baixo");
Massamá (maçama = "o que está alto");
Meleças ( meliça = "o vazio");
Almoçageme (al-mesjide = "a mesquita")
Topónimos híbridos (resultantes da associação de dois topónimos, um árabe e um latino):
Alcolombal (da junção do artigo árabe "al" com a palavra latina "columbare", que significa pombal),
Alcobela ( do árabe "al- quibba" mais o sufixo "ela" ),
Almoster (o artigo "al" mais o termo latino " monasterium", que significa mosteiro).
Topónimos arábicos modernos (de raiz desconhecida, mas facilmente identificáveis com a etimologia árabe): Abonemar, Aljabafaria, Almornos, Almosquer, Alparrel, Alpoletim, Alvegas, Asfamil, Bogalho, Calaferrim, (o mesmo que Canaferrim, que daria mais tarde Penaferrim - S. Pedro de Penaferrim), Galamares, Mafarros (ou Nafarros), Magoito, Meleças, etc.